segunda-feira, janeiro 23, 2017

As melhores coisas da vida são de graça

Terminar a faculdade.
Voltar a dormir uma noite (quase) inteira depois de alguns meses fazendo TCC.
Assistir desenhos animados com os filhos.
Cantarolar a música do comercial de fim de ano.

Aquele almoço demorado, com alguém que a gente adora.
Sem pressa, sem ter que sair correndo pro trabalho.
Aquele café para colocar o assunto em dia no meio da semana.
O banho morno depois de um dia difícil.

Você já deve ter reparado que muitas coisas na nossa vida não tem preço.
Estar presente na vida dos filhos diariamente, por exemplo.
Colocar pra dormir, contar uma história, brincar de esconde esconde...

Mas me conta aqui, rapidinho, como está a sua percepção em relação a essas coisas?
Você está dando o valor que todas essas maravilhas impagáveis do nosso dia a dia merecem?
Você tem dado valor e amor para as pessoas que estão ao seu redor, fazendo a sua vida mais feliz?

Estou perguntando porque eu,
estou fazendo essa reflexão.
E acho que posso mais. Que posso dar mais.
Prestar mais atenção. Agradecer mais.
Essas coisas que, não tem preço que pague.
Essas que a gente diz que são de graça, mas que valem mais do que qualquer quantia em dinheiro pode somar.

É o que eu desejo pra vocês, e pra mim:
um monte de felicidades gratuitas.

Até
Lela :)

PS.: Baixe o primeiro poster do madame lentilha, lindo e de graça, pra você incrementar sua casinha por ai! Não esquece de me mandar de presente uma foto, usando a hashtag #madamelentilha no instagram

 BAIXE O POSTER AQUI




sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Quem vê cara, não vê cabeção...

Lembra que a última vez que escrevi estava falando de organização?

É difícil pra mim admitir isso, mas vamos lá: sou muito avoada. E eu não admito por vergonha, não admito porque esqueço mesmo: sou tão descabeçada que acho que sou normal.
Aí você deve estar se perguntando: mas qual o problema disso? Já te digo: é que os cabeções também procriam minha gente...

No caso eu, pari uma versão minha melhorada (ou seria piorada?) 2.0 totalflex. Vinicius não consegue saber o próprio nome se você perguntar pra ele muito rápido.
E não para por ai: ele acorda e fica olhando para o nada; coloca o tênis mas não amarra os cadarços; vai ao banheiro escovar os dentes e volta penteando os cabelos... 

Então, pra ajudar, o quarto ganhou uma lista com a rotina diária. Meio que um passo a passo de como viver. Sim, como viver. Não reparem no conteúdo óbvio. Pode parecer bobagem, mas as coisas óbvias incrivelmente são as mais esquecidas.



Agora ele acorda, e acompanha a lista de tarefas. Tem funcionado muitíssimo bem. Melhor do que eu esperava, confesso.
Valentina ganhou uma também. Aí a gente sabe as horas que ela deveria fazer as coisas. Deveria porque né? Bebê é mais imprevisível..
Amei tanto, que acho que vou fazer uma pra mim também! ahahahahahhaha.
Quero saber: mais alguém aí tem filho distraído?

Beijo,
Lela :)

sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Casa organizada, dá pra ser? Sobre a bagunça nossa de cada dia.

Ah o sonho da casa organizada própria. Quem nunca?
Mas será que dá pra ter uma casa assim, com bebê? Fácil essa né. 
Não, é óbvio. Ou você tem muita ajuda, de mãe, sogra, diarista - ou não dá. 

Nos primeiros meses do bebê em casa, todo mundo passa pelo grande desafio de se adequar a nova rotina: os pais, os irmãos mais velhos, o bebê - todo mundo está se encaixando na nova configuração familiar, e isso toma muito, mas muito mesmo do nosso psicológico. Não sobra tempo pra pensar se os objetos estão nos lugares que deveriam, quando a gente mesmo se sente meio perdido.

Mas o bebê cresce rápido, o tempo passa depressa, e a licença maternidade vai chegando ao fim.
E outra, mesmo que você não trabalhe fora, não tem jeito: fatalmente terá que se organizar em algum momento. E é nesse processo, que me encontro agora.

Ou melhor, é nesse processo, que NÓS nos encontramos agora.
Todo mundo vai entrar na dança. 


Vini todo animado quando o assunto é "bagunça"!

Mas nem só de bagunça vive o Vini.
Ele é um cara super ligado, e já sabe como tá difícil o mundo. Vamos implementar algumas coisinhas aqui em casa, as aulas já começam nesta segunda.

Valentina está comendo super bem e eu já estou conseguindo me organizar com as comidinhas todas... Mas depois das férias, o sono que era bom voltou mais avariado do que nunca. Vamos ter que trabalhar isso aí.

Eu finalmente consegui arrumar um cantinho para desenhar. O sonho do mini home office próprio é realidade! Uhuuuullll! Vou mostrar também depois como ficou.

Terminando essa semana curta e super cheia de coisas para fazer mais aliviada.
Semana que vem conto como vai ficar a rotina de cada um por aqui.


Beijo,
Lela :)


domingo, janeiro 31, 2016

Comer comer: é o melhor para a mamãe crescer!

Esse é um texto "desesperado".
Um desabafo. Uma catarse. Um pedido de socorro.
ahahahahahaha. Mentira. Mas é quase.


Valentina começou a comer.
Eu estava super animada, e comecei a introdução alimentar aos pouquinhos:
comprei os legumes que o pediatra determinou. As frutinhas. E seguimos lindamente pelo caminho das descobertas de sabores.
Claro que, no começo, ela deu aquela estranhada básica.
Mas, eu já sabia que ela seria "boa de garfo". Tudo que a gente dá, ela tem aceitado!

Particularmente, ela, assim como eu, adora os salgados.
E agora já está almoçando bonitinha, uma quantidade considerada ok.
Hoje, foi o primeiro dia em que ela comeu no café da manhã, comeu no almoço, experimentou uma fruta a tarde e jantou.

E o que eu quero dizer com isso?
Estou com uma dificuldade de lidar com o fato de ela não precisar mais exclusivamente de mim. Como tenho muito leite, e a quantidade ainda não reduziu para se adequar a demanda dela, estou me sentindo mal: dores nas costas, um sentimento meio febril, leite vazando. E O PIOR: estou me sentindo largada! ahahahahhahaha. Juro. Me chamem de louca. Mas o fato é que, a introdução alimentar está sendo mais difícil pra mim, que pra ela.

É ou não é uma fofura comendo? <3

Mas nesse mundo materno, tudo é aprendizado né gente?
E eu que queria tanto que essa menina mamasse, e que lutei tanto pela amamentação exclusiva até os 6 meses, agora to tendo que aprender a deixar meu bebê crescer e "ir pro mundo".

A primeira, das inúmeras sensações que virão pelo fato de ela estar crescendo rápido demais.
Mas alguém ai, é doidinha assim feito eu?

Até,
Lela :)

quinta-feira, janeiro 28, 2016

Não pirei: a maternidade, a sanidade, e os sonhos.

Esse foi, o primeiro quadrinho que eu fiz pra alguém. 
Não era exatamente nesse tamanho, era num tamanho menor. Esse na verdade é uma versão ampliada que me encomendaram, mas ilustra bem o que eu vou contar hoje.

Tudo partiu daquele, pequenininho. Ele era um presente. Um presente que refletia muito mais de mim, do que da pessoa que estava sendo presenteada: eu estava exausta, com um bebê que chorava 24 horas por dia, precisando distrair a minha cabeça, apenas para não pirar.
Foi então que pela primeira vez, eu inspirei.
Passava todo o tempo que não estava com a Valentina olhando coisas bonitas. No Pinterest, em blogs, no instagram. Ao invés de dormir, e descansar, eu preferia ficar olhando imagens e lendo coisas que me traziam um pouco de brilho e sanidade. 
Respirei fundo, e comecei.
Pintar, desenhar, escrever, passou a ser meu refúgio. Cheguei a passar algumas horas nas madrugadas desenhando. Por algum motivo, eu me sentia mais descansada desenhando, que dormindo.

Ser mãe é maravilhoso. Como eu desejei essa menina. Mas eu não vou mentir para vocês: eu fui um tanto estúpida e subestimei a missão. Estava super tranquila, pensando: "vou tirar de letra! Já tive um filho quando era muito menos ligada, quando tinha menos idade, agora tenho experiência, vai ser super tranquilo!"
Me matriculei no TCC da faculdade, estava com a agenda lotada de trabalho, e a Valentina me provou, por A+B que quem mandava na porra toda era ela: chorou sem parar durante os 3 primeiros meses. Não dormiu inúmeras noites. Mamou a cada duas horas (isso, na verdade, ela ainda faz ahahaha) e me deu uma canseira, uma sensação de impotência, uma sensação de não saber absolutamente nada, sobre coisa alguma.

Mas aí veio o sonho, o desenho, as palavras positivas, a beleza da poesia, os textos, e tudo ficou mais calmo. Eu me sentia mais forte. Eu me recarregava. E estava, todo dia, preparada. Ao mesmo tempo que ouvia todo mundo dizendo "vai passar", eu não queria que passasse. Eu ainda não quero que passe. Quero aproveitar todos os momentinhos da minha filha, do meu último bebê (que a fábrica aqui vai ser fechada ahahaha). Quero sentir esse cheirinho ainda muito tempo. Quero ouvir cada chorinho, e todos os ataques de brabeza como se fossem os últimos, porque de fato serão! Esses primeiros 6 meses minha gente, foram muito loucos. Acho que aprendi a viver só agora. 

Voltando ao primeiro quadrinho, que eu dei de presente, ele era pequenino, do tamanho da minha expectativa, do tamanho da minha confiança, e a frase estava ali, me lembrando que a gente precisa prestar atenção: na inspiração, na respiração, e na gente. 
Hoje eu tenho gratidão. Hoje eu tenho os filhos mais lindos do mundo, mais calmos, mais parceiros. Hoje o quadrinho virou capa do Madame Lentilha, esse projeto tão pessoal que eu to desenvolvendo com tanto amor. 
Toda a fase de chororô passou, pra gente viver coisas novas. Pra eu pirar com medos novos. 
E que delícia que é a vida, bem assim. 


Até,
Lela :)

segunda-feira, janeiro 11, 2016

Menos wi-fi, mais conexão.

O fim de ano foi corrido.
2015 foi um ano muito difícil pra mim. Profissionalmente, e pessoalmente também.
Apesar de tudo que aconteceu, foi um ano que vai ficar marcado para sempre, porque minha filhinha nasceu. Foi um ano de revisões. De pensar no futuro, olhando para o passado. Foi um ano de errar e corrigir. Foi um ano de experimentar, de falhar, de aprender.

Quando chegamos em Dezembro, troquei o semblante e me vesti de gratidão.
Tiramos alguns dias entre natal e ano novo para ficar com a família. 
Foram dias incríveis, desses que mal da tempo de pegar no celular. Desses que a gente fica conversando até tarde. Desses que a gente senta a mesa, e não levanta depois que a refeição acabou.
Cheguei a deixar o celular ficar sem bateria, lembrando de recarregar só em casa, na volta.

E meus dias foram assim:
regados a beijos demorados, conversa fiada, banhos de banheira com minha mãe e com a minha filha. Farra na piscina. Muito churrasco. Acampamento em casa de praia. Mais papo furado. Muito almoço coletivo. E todo mundo junto.

Nada de wi-fi. Só de conexão. Conexão com essas pessoas que eu amo tanto, e que fazem tão bem para a minha vida.


O primeiro texto do ano então, fica desse jeito:
Gratidão por tudo que passei. E vontade de começar um ano assim, novinho. Do zero. Da página 1.

Até,
Lela :)

segunda-feira, novembro 23, 2015

Fui pega! (de amor...)

Oi gente!
Só passei aqui pra registrar que: Valentina está pegando as coisas...

Nhóin que fofura.
Toda desengonçada, ela faz tanta careta e tanta força pra pegar um objeto, que não tem como não registrar tudo. Não, ela ainda não pega 100%. Não controla as mãozinhas totalmente. Mas ela é uma menininha muito esforçada.

Uma leonina teimosa :)



É ou não é uma gordura delícia?

Até,
Lela :)

quarta-feira, outubro 21, 2015

Rotininhas: O sono, a livre demanda e o gameplay

Tava puxado.
Nossa, como tava. A livre demanda estava me matando. O que acontecia, era que a Valentina ficava 24hs no meu peito e ponto final. Mentira, 24 hs é exagero. Vamos tirar umas 8 horas que ela dormia a noite. Sim, ela só dormia a noite sem estar agarrada em mim. Durante o dia, só no peito e no colo.

Acho que a gente fica muito atrelada a teorias. Elas estão por ai, em milhares de blogs legais na internet. Não pode deixar o bebê chorar - eles disseram. Criação com apego - eles disseram. Livre demanda - eles disseram. E eu fui. Fui até onde não podia mais.

Tive que aprender, a duras penas, que o que é bom pra todo mundo, não é bom pra mim. Nem pra mim, nem pra minha família. Ok, talvez eu estivesse exagerando, talvez eu tenha entendido tudo errado. Mas, depois que comecei a colocar minha filha para dormir sozinha, minha vida deu um upgrade.

Foram necessários quase dois dias, pra ela aprender que pode deitar, fechar os olhos, e descansar. Sozinha. Sem mim. (Foi muito rápido, eu sei). É duro deixar ela chorar. Mas eu fico ao lado dela, faço um carinho, e saio. Tá chorando mais? Eu volto, faço um carinho, e saio. E assim, ela aprendeu a descansar. E eu, voltei a viver.

Ontem, no primeiro dia de "treinamento" eu lavei louça.~ Pasmem ~ (nem me lembro quanto tempo eu não lavava uma xícara, coitado do Bruno) E hoje, fiz um 3D todinho. Eu disse TODINHO.
Isso porque, além de dormir sozinha, ela começou a dormir melhor, porque realmente descansa. Não fica afoita, com aquele olho meio aberto meio fechado, espiando se eu vou ou não tirá-la do colo.

Parece mágica! Não é feitiçaria, é tecnologia!

A livre demanda também acabou. Me julguem a vontade.
Parei de dar o peito toda vez que ela solicitava. Melhorou o refluxo dela. E a hora do sono, que antes era sempre acompanhada de um mama, passou a ser feita por mim ou pelo Bruno. Coisa linda! Retirando o peito da hora do sono, Bruno ganhou uma autonomia para colocá-la pra dormir. E ambos podem vivenciar juntos também esses momentinhos delícia.

Estou mega orgulhosa.
Estou feliz por ter uma rotina ~ mesmo que mínima ~ novamente.

Era isso que eu tinha pra contar hoje.
Ah, se você se perguntou o porquê do gameplay no título, eu explico:
isso é porque enquanto eu fazia ela dormir, enquanto eu trabalhava, enquanto eu lavava louça, inclusive enquanto eu escrevia esse texto, Vinícius estava colado no gameplay. 
Mais uma coisa pra eu tentar resolver. Esse vício em Minecraft. 



Mas esse ainda não sei como fazer. Se alguém souber, me avisa? ahahhahaa

Até, Lela. :)

terça-feira, outubro 20, 2015

A loucura, a solidão e as tristezas - o lado B da maternidade

Você recebeu um presente.
O maior de todos os presentes. Cansada, olha para o lado, e vê seu bebê, a luz da sua vida. Como pode então se sentir triste e angustiada? Como pode se sentir só, quando já não vai mais nem ao banheiro desacompanhada?

Quando fui mãe pela primeira vez, conheci de perto esse sentimento de solidão. Pensei comigo "sou muito nova, deve ser por isso que estou sofrendo tanto". Achei que numa próxima experiência, tudo sairia diferente. Que a maturidade me traria apenas sensações de alegria nesse momento incrível que é ter um filho. Ledo engano...

Você lê em sites e blogs de maternidade na internet, e lá estão milhares de mães como você. Sofrendo. Não me lembro onde, mas li um artigo que chegava a falar em luto. Que palavra forte, pensei na hora. Luto é mesmo uma palavra muito forte, mesmo considerando que uma parte sua, deixou de existir. E nem todos os desenhos, textos e passeios que eu faça nesse momento, podem acalmar quando bate aquela sensação de estar enlouquecendo. De estar completamente só. De não se sentir mais mulher. De não se sentir bonita. De não se sentir você.

Eu achei que tinha me preparado o suficiente para passar por tudo isso de novo. Mas acho que. a gente nunca se prepara o suficiente pra algo que não conhece. Não se engane. Minha vida (e a de muitas outras mães) não é um mar de infelicidades. O fato de estarmos tristes, em alguns momentos, não significa que não estejamos extremamente felizes em outros. Essa coisa dúbia louca, deve ser por conta dos hormônios, só pode ser. Ou por causa do filme triste da sessão da tarde, que desencadeia uma onda de choro. Ou porque o bebê não parou de chorar, e você já esgotou todo seu repertório de entretenimento. Daí nasce a loucura.

Ou ainda, você está sozinha em casa com o bebê na maior parte do tempo, não recebe mais visitas. Você sente que os amigos desapareceram. E de uma hora para outra, aquela vida social que você tinha passa de pouca para inexistente. Você não vai mais a um café fofocar, por exemplo. (Você nem pode mais tomar café...). E os almoços, bem, só os em família e olhe lá (misteriosamente você tem a sensação de que até a família se distancia depois que a novidade passa). Isso sem contar que, depois de um tempo, parece que até você não quer mesmo ver ninguém. Daí nasce a solidão.

Já me peguei pensando " mas o que pode  ter dado errado? " Passei a gravidez toda feito um meme mendigando likes. "Por favor, vai lá me visitar ein" " por favor, não me deixem sozinha" "por favor isso e aquilo". Uma vez uma amiga me disse: quando eu tinha dois filhos, as pessoas me chamavam pra fazer as coisas. Agora que eu tenho três, ninguém me convida mais... Que loucura! Eu entendo ela. Não, não é que os amigos deixaram de convidar, de visitar, a família também está lá. É que nós, quando ficamos exaustas, olhamos ao redor, e geralmente estamos sozinhas.

E é super complicado. Você não tem com quem conversar. Não pode expressar que está triste. As pessoas não aceitam isso numa boa, afinal você é mãe e tem que estar sempre feliz com isso, ora essa!
Você tenta desabafar com alguém e só escuta frases como:

É SÓ UMA FASE, VAI PASSAR. Oras bolas, eu sei disso. Todo mundo sabe. Mas isso por acaso muda aquilo que a gente está sentindo num momento de solidão?

VOCÊ SÓ SABE RECLAMAR. Acho essa das mais excelentes. Você está lá, exausta, com os cabelos revirados, sem escovar os dentes. Não dormiu a noite e não faz refeições sem estar balançando um bebê há alguns meses. E quando você acha que pode desabar, e se reconfortar em alguém, ouve um sonoro "você só sabe reclamar".

SEJA RACIONAL. Essa também é muito, muito boa e não exige grandes explicações. Pegue qualquer pessoa fragilizada e destituída do controle sobre a sua vida, e largue uma frase dessas. Agora aceite como você pode ser cruel.

APROVEITE. DEPOIS VOCÊ VAI SENTIR SAUDADE! É sério isso? Não consigo nem comentar.


Vou dizer para você que, eu ainda tenho muita sorte. Tenho duas primas na minha vida, uma que teve um bebê a pouco tempo, e outra que lida com bebês o dia todo. Ambas, quando eu falo que estou muito cansada, desnorteada, ou qualquer outra coisa, apenas me confortam com um simples e sonoro "É FODA". 

Me sinto mais leve e revigorada depois de um é foda. Me sinto mais humana e menos culpada. Me sinto uma mãe comum, e não um monstro. 

Eu já disse lá em cima, mas vou frisar aqui: Não se engane. Minha vida (e a de muitas outras mães) não é um mar de infelicidades.

É só que, de vez em quando, É FODA.

domingo, outubro 18, 2015

O museu, as responsabilidades e o tsuru

Neste sábado, fomos visitar o museu com as crianças, munidos de sling e muita paciência.
Um programa imperdível! Eu já estava em cólicas para visitar a exposição gratuita do Miró, mas quando se tem um filho de 8 e um bebê, todos na família precisam estar disponíveis para a empreitada dar certo. 
Fomos no período da manhã, quando a Valentina ainda é mais sonolenta. Coloquei a pequena no peito no sling e assim permanecemos durante toda a visita. Quando ela queria, mamava. Quando cansava, dormia. Foi uma tranquilidade só.
Já para entreter o Vini, propus um jogo: ele precisava desvendar o que cada quadro representava para ele, e me contar. Funcionou. 
Apesar de ser um programa muito legal, não podemos obrigar as crianças a se divertir de maneira erudita. Meus filhos estavam quietos, mas tinha muita criança lá chorando entediada, gritando "EU QUERO IR EMBOOORA"... matando os pais de vergonha.
É preciso mais do que ir! É preciso envolvê-los, entretê-los.
Mas a exposição está fantástica! Densa, completa, um espetáculo. Vale muito! Vou voltar no próximo final de semana sem o Vinícius para poder ler tudo e aproveitar com mais calma. 

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Vinícius resolveu que hoje iria assumir algumas responsabilidades.
Leia-se: resolveu passear com o cachorro.
Não, apesar de ele ter 8 anos (já!) ele não passeava com o cachorro porque não queria juntar as necessidades do bicho. E eu nunca obriguei. Ele já tinha saído com ela em bando, com o cachorro e os amigos. E ai sempre tinha uma boa alma que juntava o cocô pra ele. 
Hoje saíram só os dois, ficamos olhando da sacada, e ele cumpriu os deveres certinho.
Vini sobe mais um ponto no conceito.

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Valentina estava precisando de um móbile.
(Você deve estar se perguntando como um bebê precisa de algo assim, e eu entendo). Na verdade, nós achamos que ela precisava de um, em função do seu estágio de desenvolvimento. Mas móbiles estão pela hora da morte, custam mais do que valem, como quase todo brinquedo de criança.
Então me lembrei que na gravidez eu tinha me encantado com uns móbiles de origami, e pronto! Alguns papéis coloridos, um tutorial de tsurus na internet + um marido empenhado nas dobraduras, palitos de churrasco, alguns botões e uma mãe para montar tudo e voilá! Uma lindeza. 

Valentina amou. E o nosso bolso também.


Não ficou uma fofura?

Até,
Lela