domingo, janeiro 31, 2016

Comer comer: é o melhor para a mamãe crescer!

Esse é um texto "desesperado".
Um desabafo. Uma catarse. Um pedido de socorro.
ahahahahahaha. Mentira. Mas é quase.


Valentina começou a comer.
Eu estava super animada, e comecei a introdução alimentar aos pouquinhos:
comprei os legumes que o pediatra determinou. As frutinhas. E seguimos lindamente pelo caminho das descobertas de sabores.
Claro que, no começo, ela deu aquela estranhada básica.
Mas, eu já sabia que ela seria "boa de garfo". Tudo que a gente dá, ela tem aceitado!

Particularmente, ela, assim como eu, adora os salgados.
E agora já está almoçando bonitinha, uma quantidade considerada ok.
Hoje, foi o primeiro dia em que ela comeu no café da manhã, comeu no almoço, experimentou uma fruta a tarde e jantou.

E o que eu quero dizer com isso?
Estou com uma dificuldade de lidar com o fato de ela não precisar mais exclusivamente de mim. Como tenho muito leite, e a quantidade ainda não reduziu para se adequar a demanda dela, estou me sentindo mal: dores nas costas, um sentimento meio febril, leite vazando. E O PIOR: estou me sentindo largada! ahahahahhahaha. Juro. Me chamem de louca. Mas o fato é que, a introdução alimentar está sendo mais difícil pra mim, que pra ela.

É ou não é uma fofura comendo? <3

Mas nesse mundo materno, tudo é aprendizado né gente?
E eu que queria tanto que essa menina mamasse, e que lutei tanto pela amamentação exclusiva até os 6 meses, agora to tendo que aprender a deixar meu bebê crescer e "ir pro mundo".

A primeira, das inúmeras sensações que virão pelo fato de ela estar crescendo rápido demais.
Mas alguém ai, é doidinha assim feito eu?

Até,
Lela :)

quinta-feira, janeiro 28, 2016

Não pirei: a maternidade, a sanidade, e os sonhos.

Esse foi, o primeiro quadrinho que eu fiz pra alguém. 
Não era exatamente nesse tamanho, era num tamanho menor. Esse na verdade é uma versão ampliada que me encomendaram, mas ilustra bem o que eu vou contar hoje.

Tudo partiu daquele, pequenininho. Ele era um presente. Um presente que refletia muito mais de mim, do que da pessoa que estava sendo presenteada: eu estava exausta, com um bebê que chorava 24 horas por dia, precisando distrair a minha cabeça, apenas para não pirar.
Foi então que pela primeira vez, eu inspirei.
Passava todo o tempo que não estava com a Valentina olhando coisas bonitas. No Pinterest, em blogs, no instagram. Ao invés de dormir, e descansar, eu preferia ficar olhando imagens e lendo coisas que me traziam um pouco de brilho e sanidade. 
Respirei fundo, e comecei.
Pintar, desenhar, escrever, passou a ser meu refúgio. Cheguei a passar algumas horas nas madrugadas desenhando. Por algum motivo, eu me sentia mais descansada desenhando, que dormindo.

Ser mãe é maravilhoso. Como eu desejei essa menina. Mas eu não vou mentir para vocês: eu fui um tanto estúpida e subestimei a missão. Estava super tranquila, pensando: "vou tirar de letra! Já tive um filho quando era muito menos ligada, quando tinha menos idade, agora tenho experiência, vai ser super tranquilo!"
Me matriculei no TCC da faculdade, estava com a agenda lotada de trabalho, e a Valentina me provou, por A+B que quem mandava na porra toda era ela: chorou sem parar durante os 3 primeiros meses. Não dormiu inúmeras noites. Mamou a cada duas horas (isso, na verdade, ela ainda faz ahahaha) e me deu uma canseira, uma sensação de impotência, uma sensação de não saber absolutamente nada, sobre coisa alguma.

Mas aí veio o sonho, o desenho, as palavras positivas, a beleza da poesia, os textos, e tudo ficou mais calmo. Eu me sentia mais forte. Eu me recarregava. E estava, todo dia, preparada. Ao mesmo tempo que ouvia todo mundo dizendo "vai passar", eu não queria que passasse. Eu ainda não quero que passe. Quero aproveitar todos os momentinhos da minha filha, do meu último bebê (que a fábrica aqui vai ser fechada ahahaha). Quero sentir esse cheirinho ainda muito tempo. Quero ouvir cada chorinho, e todos os ataques de brabeza como se fossem os últimos, porque de fato serão! Esses primeiros 6 meses minha gente, foram muito loucos. Acho que aprendi a viver só agora. 

Voltando ao primeiro quadrinho, que eu dei de presente, ele era pequenino, do tamanho da minha expectativa, do tamanho da minha confiança, e a frase estava ali, me lembrando que a gente precisa prestar atenção: na inspiração, na respiração, e na gente. 
Hoje eu tenho gratidão. Hoje eu tenho os filhos mais lindos do mundo, mais calmos, mais parceiros. Hoje o quadrinho virou capa do Madame Lentilha, esse projeto tão pessoal que eu to desenvolvendo com tanto amor. 
Toda a fase de chororô passou, pra gente viver coisas novas. Pra eu pirar com medos novos. 
E que delícia que é a vida, bem assim. 


Até,
Lela :)

segunda-feira, janeiro 11, 2016

Menos wi-fi, mais conexão.

O fim de ano foi corrido.
2015 foi um ano muito difícil pra mim. Profissionalmente, e pessoalmente também.
Apesar de tudo que aconteceu, foi um ano que vai ficar marcado para sempre, porque minha filhinha nasceu. Foi um ano de revisões. De pensar no futuro, olhando para o passado. Foi um ano de errar e corrigir. Foi um ano de experimentar, de falhar, de aprender.

Quando chegamos em Dezembro, troquei o semblante e me vesti de gratidão.
Tiramos alguns dias entre natal e ano novo para ficar com a família. 
Foram dias incríveis, desses que mal da tempo de pegar no celular. Desses que a gente fica conversando até tarde. Desses que a gente senta a mesa, e não levanta depois que a refeição acabou.
Cheguei a deixar o celular ficar sem bateria, lembrando de recarregar só em casa, na volta.

E meus dias foram assim:
regados a beijos demorados, conversa fiada, banhos de banheira com minha mãe e com a minha filha. Farra na piscina. Muito churrasco. Acampamento em casa de praia. Mais papo furado. Muito almoço coletivo. E todo mundo junto.

Nada de wi-fi. Só de conexão. Conexão com essas pessoas que eu amo tanto, e que fazem tão bem para a minha vida.


O primeiro texto do ano então, fica desse jeito:
Gratidão por tudo que passei. E vontade de começar um ano assim, novinho. Do zero. Da página 1.

Até,
Lela :)