segunda-feira, abril 27, 2015

Quarto das crianças - a pintura

Nesse fim de semana, rolou pintura aqui em casa.

Sobre pintar paredes: como muitos já devem saber, eu trabalho em um escritório de arquitetura e decoração, e lá nós estamos sempre acompanhando o trabalho de pintores. O processo de pintura e acabamento são complexos e geram muitas das reclamações dos clientes, que querem tudo impecável obviamente. É estressante, na maioria das vezes.
Aqui em casa, pintar é minha alegria. Eu adoro pintar eu mesma (leia-se aqui eu mesma = eu e meu marido juntos colocando a mão na massa). Pintar me deixa feliz e com uma sensação boa de estar literalmente fazendo parte do processo de reforma.
Claro que não sou uma profissional, e na minha casa, meu nível de expectativa em relação a pintura é muito menor. Aqui, eu não estou trabalhando, eu estou me divertindo. Estou realizando uma tarefa com a minha família, então se a parede ficar um pouquinho manchada, ou com aquela entradinha em um canto tá tudo bem, tá tudo certo: pra mim, faz parte da nossa história, faz parte da nossa vivência em casa.

Vou contar a verdade pra vocês: quando eu comecei a pintar a parede azul do Vini com a base para a próxima cor, eu chorei sozinha. Sério. Uma grávida maluca, eu sei. Mas eu lembrei do dia em que escolhemos todos juntos a cor, e do dia em que pintamos, eu e o Bruno, achando que estava ficando tudo lindo. Pintar, pra mim, é um símbolo de mudança. De coisa boa. E eu fiquei muito feliz de poder pintar o quarto deles de novo, pensando agora em como será quando a Valentina chegar.

Eu, pintando os cantos, e pensando na morte da bezerra.

Tá bom, agora chega de falatório e vamos pra parte técnica da execução, pra ajudar quem quer se aventurar no mundo da pintura. 

Você vai precisar de:
- kit pintura simples (rolinho, bandeja, pincel para os acabamentos).
- fita crepe mais larguinha.
- lona para colocar no chão, jornais.
- massa corrida (pra dar o truque profissional no acabamento)
- boa vontade, disposição, e tempo.

Nem preciso dizer que de todos os "ingredientes" pra pintar, a boa vontade e a disposição são os mais importantes de todos, né? Porque você vai ficar cansado e com vontade de desistir no meio do processo, e isso é super normal. Mas a vontade de ver tudinho lindo e pronto tem que ser maior.

Colocando a mão na massa: 
(relembrando a todos que meu nível de exigência é pequeno)

- limpamos bem a parede (se tiver sujeira de mofo, tem que limpar com cloro e esperar a parede estar bem sequinha antes )
- coloquei a fita nos rodapés, cantos e vistas
- passei uma massa corrida no encontro da parede com a fita: esse é o truque pra quando for tirar a fita, ficar com um acabamento melhor.
- com o rolo, aplicamos a tinta pela parede toda e com o pincel, todos os cantinhos.

Vini aplicando um fundo pra gente começar a pintar a cor nova

Vini apreciando seu trabalho muito bem feito :)

Quando você for escolher a tinta, lá na lata vai estar tudo explicadinho, se precisa misturar água ou não, quantas demãos serão necessárias pra ficar a cor bem legal, e quanto tempo deve-se esperar entre uma demão e outra. Considere tudo isso na conta de tempo de execução. E nunca jamais comece a pintar, se não for conseguir terminar, porque senão será só estresse, e não é essa a intenção.

Vinícius e Valentina animados com a pintura nova

Simples, né? Tá aí o Vini pra provar que até criança pode pintar. 
Conselho pras grávidas: eu fiquei cansada, porque já estou no sexto mês de gravidez. Teria sido mais fácil se eu tivesse pintado antes, com uma barriga menor (principalmente pra pintar mais embaixo, nos rodapés).

Outra coisa muito importante: é vetado, neste tipo de atividade familiar, perturbar o outro e exigir um trabalho impecável. Se esse é o seu objetivo, contrate um profissional. A intenção aqui é todos participarem da pintura como deliciosa parte do processo inteiro de mudança.

Fiquei satisfeita com o resultado final, orgulhosa por ter conseguido pintar mesmo com essa pança toda, e muito animada por sentir que o quarto "tá caminhando" finalmente... 
O melhor de tudo: essa semana tem feriado, e vai ter mais um tempinho pra gente avançar!

Até :)

sexta-feira, abril 24, 2015

Desapego e organização na hora de mudar

Mudar,não é fácil. Mas é preciso.

Quando ocorre um motivo de mudança em casa, temos que nos organizar para passar por essa fase da melhor maneira possível. Os motivos podem ser os mais diversos: uma reforma que a gente quer fazer, uma alteração no estilo de vida que a gente quer propor, e no caso aqui de casa, a chegada de um bebê + todos os motivos anteriores.

Já faz um certo tempo que estou querendo organizar a casa, porque venho achando que temos "coisas demais". Sim é bem isso: temos coisas demais! Livros demais, louças demais (aos pares, sem pares, perdidas), roupas de cama demais, roupas demais, brinquedos demais... um apartamento monstro que ao longo desses últimos 3 anos foi acumulando tantos objetos e tanta tralha, que eu fico pensando por onde eu vou começar?

Não há oportunidade melhor pra rever tudo isso que a chegada de um bebê. Afinal, um bebê traz consigo uma infinidade de tralhas. Parece que bebês precisam de tanto espaço, e de tanta coisa... Você olha para as listas de itens do bebê e lá estão 5 mantas, 6 jogos de cama, carrinho, bebê conforto, cadeira de carro, cadeira de comida, berço desmontável, e vai além. 

Mas será que precisam de tudo isso mesmo?

Na verdade, não. Sou mãe de segunda viagem, e isso anda facilitando as coisas por aqui. Não há desespero, nem tip tops demais. Nem banheiras com pés. Muito menos estoques infinitos de fraldas e produtos de higiene. Não temos espaço aqui para armazenar essas coisas, e adivinhem só: tudo isso ainda estará a venda em qualquer mercado ou loja próxima, para que eu possa comprar SE e QUANDO o bebê precisar.

A verdade é que fomos todos ficando muito consumistas ao longo dos anos. E abarrotamos nossa casa de coisas, e precisamos encontrar tempo para cuidar dessas coisas. Mas ora, se mal temos tempo pra ficar com a família e os amigos, porque então ainda continuamos enlouquecidos adquirindo coisas? Isso tá mudando por aqui. Ainda bem. Vinícius não precisa de tantos brinquedos, eu não preciso de tantas tintas e lápis de desenho, e a Valentina não precisa de estoques. Não entraremos em guerra (espero eu) nos próximos anos. 

Começamos:

1. Separando:é muito importante fazer uma seleção das coisas que tem, e decidir se é realmente necessário guardar tudo que você possui. É um dos passos mais desafiadores, porque você precisa trabalhar o desapego, e ficar apenas com o que você usa e aprecia de fato.

2. Doando:tem muita gente precisando, daquilo que você não precisa mais. Essa é uma frase que vai perdurar por toda a sua vida. Lembre-se de doar apenas coisas em bom estado e limpas. Minha mãe sempre me dizia quando eu era pequena, que você não doa o que você não quer mais. Você doa o que você não usa mais. É bem diferente uma coisa da outra. Coisas em péssimo estado, aquilo que lhe parecer lixo mesmo, deve ser destinado como tal. 

3. Vendendo:existem muitos aplicativos hoje em dia facilitando isso. Aqui em casa, Bruno instalou o aplicativo da OLX e vendemos uma quantidade inacreditável de coisas, de móveis a materiais de desenho, a coleções (claro que a preços muito baratos) em tempo recorde. Fiquei muito impressionada, e indico muito. Não, não é pra você ir a forra e cobrar um valor absurdo pelas coisas, é pra você unir o útil ao agradável e se desfazer daquilo que ainda está em ótimo estado, por um dinheirinho camarada.

4. Organizando:não adianta querer. No caso de guardar coisas, querer não é poder. Se você tem um determinado local pra guardar suas roupas, precisa ficar somente com o que cabe lá e pronto. É fisica: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Aqui em casa, é esse princípio bem básico que estou adotando: só fica aquilo que temos espaço pra guardar. 


Do livro da Thais Godinho, do blog Vida Organizada

Tudo isso é um processo, que não acontece da noite pro dia. 3 anos de bagunça não se resolvem em um fim de semana. Mas a gente precisa começar, e eu garanto que vale a pena!

Até :)

quarta-feira, abril 22, 2015

Quarto das crianças - o projeto

Colocar duas crianças de idades diferentes num mesmo espaço é complicado, e eu já disse isso por aqui. Satisfazer as necessidades de um menino com quase 8 e de um bebê, é possível?
Na prática, ainda não sabemos, porque a Valentina ainda está desfrutando tranquilamente do seu espaço dentro da mamãe, mas o primeiro passo obviamente foi elaborar um projeto.

Projetar pra que? Bom, se já é difícil a gente definir um espaço pra uma criança só, imaginem vocês para duas. Aqui em casa o projeto foi fator decisivo para a compra do mobiliário, para definirmos as medidas possíveis e otimizar ao máximo o espaço.

O Vinícius queria um beliche. Eu não gosto de beliches mas confesso que isso facilitou e muito a minha vida, porque o beliche, por pior que seja, é um otimizador de espaço. Acabamos escolhendo um modelo com bancada para computador embaixo, resolvendo dois problemas: o local pro Vini dormir, e o local pro Vini passar seu tempo sendo nerdinho (ele adora assistir gameplays e gastar o tempo jogando no computador).

A Valentina ganhou um espaço reservado no quarto: berço para dormir acompanhado de mesinha lateral e abajur pra auxiliar a mamãe nas atividades noturnas, que depois será substituído pela cama, e local abaixo do painel da TV para colocamos os brinquedos em caixas baixinhas, de fácil acesso pra pequena.



Decidi colocar aquele tapete infantil emborrachado, mas não conheço os benefícios dele na prática. Me passou pela cabeça apenas que um tapete mesmo que de pelo curto não seria o ideal por conta do nosso cachorrinho, e como as placas são laváveis, achei que seria uma ótima solução. O preço também vale o risco: se tiver que trocar depois, o prejú é pequeno.



Os tecidos foram escolhidos depois de muita luta: azul marinho, amarelo e vermelho bordeaux vão completar o enxoval de base de chevron em tons cinza. Como a gente queria tons mais vivos e mais infantis, e as cores definidas anteriormente eram mais pastéis, mudei tudo sem medo. Aliás, preciso acabar essa reforma logo, porque mudo tudo o tempo todo x)


Eu quase ia me esquecendo: Valentina também vai ter outro canto no quarto do papai e da mamãe inicialmente, apenas para não atrapalhar o sono e a rotina do irmão nessa fase inicial de adaptação da família. É lá que vamos colocar um bercinho pequeno e a bancada com trocador, que será usada nos primeiros meses. 

Agora já tá andando. Sexta venho aqui só pra mostrar a bagunça em que já nos encontramos, e o assunto será outro: o desapego e a organização na hora de mudar.



Até :)

segunda-feira, abril 20, 2015

Trabalho x Família x Hobbies

Saí de um emprego numa empresa bacana em 2013 para me aventurar no mundo do "próprio negócio". De lá pra cá, minha vida mudou completamente.
Trocar uma jornada de trabalho com horários e principalmente, com salário na conta todo mês, por uma rotina super dinâmica de quem tem que "matar um leão por dia" pra conseguir fazer as coisas darem certo não é fácil.
Além disso, conciliar trabalho com atenção ao marido e ao filho é sempre uma questão complicada, que a gente precisa fazer manobras pra acertar. Confesso aqui que eu ainda não descobri o equilíbrio perfeito, e pra falar a verdade não sei nem se ele existe.
Sempre tem épocas que estou mais na função família, e outras que estou mais correndo atrás da máquina trabalho.

Nesse processo todo percebi que precisava de uma válvula de escape. Precisava fazer algo que me divertisse, e me inspirasse. Dar um pouquinho de atenção pra mim. Aí resolvi adotar o blog como hobby.
Eu sempre adorei escrever, e pintar, e desenhar. Mas cadê que me sobrava tempo? Na verdade, tempo não sobra. Tempo a gente tira! Foi aí que resolvi tirar esse tempo pra mim e nossa, como tá fazendo bem.
Escrever e dedicar um tempo pro que a gente ama é uma delicia. Já me perguntaram: mas você já trabalha com decoração, e já tem sua rotina familiar pra dar conta, e você ainda vai escrever sobre isso?


Caligrafia do Fabio Maca

É. E porque?
Porque eu gosto tanto do meu trabalho, e tanto da minha família, que não consegui me desvencilhar disso tudo nem na minha hora de "relaxar".
Eu precisava mesmo organizar as coisas aqui em casa, e dar uma atenção especial pras coisas que eu quero fazer aqui, com a minha família, e agora com meus filhos (porque a segunda já chega logo logo). 

Decorar a casa das outras pessoas é bem diferente de decorar a nossa. Aqui, a gente vai colocar em prática tudo o que funciona pra nossa família e tudo aquilo que mais gostamos.

Tem muita coisa legal vindo por aí! 

quarta-feira, abril 15, 2015

Inspiração - Quarto de crianças

Quando comecei a pensar no projeto para o quarto das crianças, algumas questões foram levantadas e precisavam de soluções. A principal delas era: como colocar duas crianças, de idades tão diferentes, convivendo harmoniosamente no mesmo espaço?
Com o decorrer da gravidez, essa questão acabou sendo agravada quando descobrimos o sexo do bebê: uma menina!

Apesar de toda a felicidade de ter um casal, como resolver esse impasse? Como colocar um menino de 7 anos e uma bebê convivendo no mesmo espaço, mantendo características individuais de cada um?
Por sorte, Bruno e eu pensamos muito parecido a respeito do padrão de quarto que desejaríamos fazer pros nossos filhos: ambos queríamos quartos de criança. Mas comassim quarto de criança, não é tudo criança? Explico:

Na nossa lista estavam excluídos de cara tons pastéis e tons bebê, marrons e beges, detalhes em dourado, ursos em geral. Ou seja, quase tudo que se faz hoje em quartos de bebê. Queríamos colorido e bem lúdico, que não caracterizasse "isso é de menina, e isso é de menino". Então o primeiro passo foi procurar referências do que todos gostavam, para podermos fazer então o projeto.

Compartilho aqui com vocês, as imagens que nos inspiraram de alguma forma:


Chevron é amor. Eu particularmente adoro, e tive que colocar no meu projeto. 



Também adoro poá, mas esse deu briga aqui. O Bruno não queria, mas acabou concordando se as bolas fossem bem bem coloridas. Então: vai ter poá!



Cinza e amarelo: cores que a gente adora.


Iluminação indireta colorida, iluminação na mesa de "trabalho", quando se tem mais de uma criança desfrutando o mesmo espaço, temos que pensar nas luzinhas de cada um, pra dar uma privacidade pra quem quer ler e pra quem quer descansar.


Apesar de eu não querer, o Vinícius queria que no "canto" da Valentina tivesse alguma coisa rosa. Troquei o rosa pelo vermelho bordô e fiquei bem satisfeita.


Muitas cores, muitos quadrinhos, bandeirolas: resumo de muito amor! Incorporamos ao projeto vários desses elementos decorativos, pra dar o charminho ao ambiente.

]





Eu já contei que, assim que falei pro Vinícius que estava grávida, ele me disse: "sei tudo sobre ser irmão mais velho, vamos precisar de um beliche!". Não estava em discussão: o beliche foi exigência principal do ocupante mais antigo do quarto. Eu até entendo ele, quando eu era pequena também achava o máximo quem dormia em beliche ahahahhaa.


As referências estão aí. As imagens foram todas retiradas do Pinterest.
Que delícia. Semana que vem volto para mostrar o projeto, e na outra já entraremos na fase de mostrar aqui a obra! :)

segunda-feira, abril 13, 2015

O início de tudo.

Nesse fim de semana, começamos as reformas aqui em casa. Passamos o sábado e o domingo lidando com a nossa própria bagunça. Como é complicado a gente se organizar e abrir espaço em casa né?

Como diria a Kátia: "não está sendo fácil"!

Acontece que todo mundo precisa de um pouco de organização, ainda mais a pessoa que está grávida e querendo reformar a casa e o quarto das crianças antes da chegada do bebê. Por isso, durante as próximas semanas, os assuntos da reforma serão divididos em 4 sessões:

Na primeira parte, vamos conversar sobre projeto e planejamento da obra: como começou, como eu alterei tudo no meio do caminho, o que me inspirou, e como me organizei pra executar tudo.

Na segunda parte, vem o que eu considero mais difícil: desapegar das coisas e abrir espaço para o novo. Quantas coisas um bebê traz consigo para casa quando a gente descobre uma gravidez?

Depois, aquilo que todo mundo tá esperando: a reforma! Todos os perrengues de uma reforma "familiar". Será que a gente guenta?

E por último, e não mais importante, toda a organização envolvida no processo de ter mais um filho.

Muita coisa né? E tudo isso em quatro meses. Calma, Mirela. Vai dar tudo certo.
Vamos lá. Vamos finalmente, começar.

sexta-feira, abril 10, 2015

Grávida? Mas, de novo?

Eu sempre quis ter outro filho. Quem me conhece, sabe.
Só que planejar o segundo filho, era outra história. 
Sempre dizia: "por mim, teria outro filho agora", "ah eu por mim, já teria dois filhos", "ah eu acho que já passei da hora de ter outro filho". Dizia, e repetia, e nada.

Aliás eu sempre disse também que queria outro filho "dado" assim como foi com o Vinícius. Queria que acontecesse, porque planejar, ora planejar nunca dava.
Nos dias de hoje, se a gente planeja tudo, não tem filho. E é sério. Tem que querer muito, tem que ter dinheiro, tem muita coisa errada no mundo, tem isso e aquilo e aquele outro, e são tantas as desculpas para não se ter outro filho, que a gente não tem.

Foi mais ou menos assim:

Eu estava num processo de check up de fim de ano, fazendo tudo quanto era tipo de exame, afinal eu já to com 30 e a gente precisa cuidar do colesterol (só comer no Mc Donalds não dá, é preciso controlar tudo o que aquela gordura terrível pode nos fazer e tudo mais).
Aí nesse processo, sentamos eu e o Bruno para conversar e decidimos colocar um DIU de 5 anos, e então no futuro analisaríamos se teríamos ou não outro filho.
Foi exame pra lá, ultrassonografia pra cá. E nada.
Tudo certo, tudo perfeito. Pó marcá de colocar o DIU, senhora.

Um dia antes da consulta com a tal médica do DIU, falei pra minha sócia: "minha menstruação está atrasada quase uma semana". Minha sócia, sempre prestativa e boa conselheira, me disse: "ah, você acabou de fazer todos os exames e não deu nada, mas compra um de farmácia, só pra ir amanhã com a cabeça - tranquila -" .

Acordei no dia seguinte, meu médico era no final da manhã, e fui na farmácia - dois palitos - comprar o tal exame. Só pra garantir. Pra ir com a cabeça - tranquila - . 
Cheguei em casa, fiz aquele xixizinho maroto no potinho e mergulhei a fitinha, que, adivinhem só, ficou instantaneamente com dois riscos roxos muito fortes.

Alí dizia: grávida. Muito grávida. Mega grávida.

Mascomassim? Me apavorei. 
Eu fiz TODOS os exames e não deu NADA. Não pode. Esperei alguns minutinhos pra ver se a marcação das fitas retornava de duas para uma, mas nada. Eu estava mesmo grávida.

Saí do banheiro com os olhos cheios de água. Eu estava preocupada com o Vinícius, porque ele sempre disse que não queria irmãos. "Não preciso, já tenho um cachorro agora". Dizia ele.
Sentei ao lado dele, e quando ele me olhou, viu na minha cara que era um assunto sério, o que fez ele dispensar a atenção dos jogos de computador e voltá-la para mim:

-Filho, eu acho que você vai ter um irmão. - disse eu, com a voz engasgada.
Vinícius, sempre gênio, me responde:
-Sei tudo sobre ser irmão mais velho. Vamos precisar de um beliche!

Fiquei tão feliz. Porque, incrivelmente, aquele sim era o que eu estava mais ansiosa pra ouvir.

Fomos ao médico, e lá estava eu com o Vinícius do lado, e com as mãos trêmulas.
Me lembro que ele tão carinhoso, me viu sentada enlouquecida na cadeira, pegou uma revista velha de consultório e me trouxe dizendo:
-Mãe, foca nas imagens dessa revista que vai ficar tudo bem.

Ora vocês imaginem, meu filho de 7 anos fazendo o papel que eu deveria estar fazendo. 
Entramos e foi tudo muito simples:
-Oi, eu vim colocar o DIU, mas eu fiz um teste de farmácia e deu que estou grávida!
-Ah, então é isso. Vou lhe receitar essas vitaminas e te dar esses exames pra você começar seu pré-natal e sobre o DIU um beijo e até ano que vem. Tchau.

Me lembro de estar na porta e perguntar: tá mas não preciso fazer um exame de sangue pra confirmar? Não. Aceite, se o da farmácia falou que você esta grávida, então você está.

Sai do médico, olhei pro Vinícius e disse: precisamos contar pro pai!

Dirigi até o trabalho do Bruno, e fui ficando cada vez mais apreensiva ( de novo). Meu deus, como pode uma mulher sair de casa dizendo "tchau amor vou colocar um DIU" e voltar dizendo "oi amor estou grávida"?

Nesse tempo, Vinícius já estava tão empolgado que parecia o urso do pica-pau, dando volta em torno de si mesmo e rindo sem parar.

Cheguei no trabalho, sentei na mesa dele, ele olhou minha cara de pavor, e perguntou: "tá tudo bem?" (Vinícius dando aquela gargalhada de criança que tem um segredo, sabe). Respondi apenas "tá".
Peguei o exame dentro da bolsa, e passei assim embaixo da mão, escorregando pela mesa, até chegar nele. Quando o exame se revelou, ele apenas disse: "e você está bem?" Respondi apenas "estou".

Em alguns poucos minutos, ele fechou tudo no computador e disse: "to indo pra casa". 
Ninguém ia conseguir mais ficar sentado ali depois daquela notícia, isso era verdade.
Fomos em silêncio até o carro. Entramos. Todos de cinto. Arrancamos. Até que eu disse: 

-O que nós vamos fazer?

E ali se iniciou toda uma conversa que resolveu todas as questões que surgiram. Foram necessários 45 minutos do trabalho pra casa, para que a Valentina fizesse oficialmente parte da família. Como membro integrante ocupador de espaço próprio e inquestionável.


Imagem retirada do Indiretas maternas


Para todos que me perguntam então, se eu planejei esse segundo filho, eu respondo agora:

Planejei! Planejamos todos, por longos 22 Km.

quarta-feira, abril 08, 2015

Aquarelinhas de amor para o quarto das crianças

To começando finalmente toda a decoração do quarto das crianças (eeeeeeeee!)
E eu vou registrar tudo por aqui. 
Tô numa fase de registrar tudo na minha vida. E tô achando delícia.
Isso porque eu fui uma mãe bem desorganizada (ou relapsa) na gravidez do Vinícius, e quase não tenho registros de quando estava grávida dele...Na verdade, era outra época né. Mas isso é coisa pra outra hora. 

Agora o foco fica aqui, no início das coisas:
Fim de semana comprei com minha mãe os tecidos pro enxoval das crianças! Ufa. Fim da novela. 
Pausa para o drama:
Como é difícil escolher tecidos! Eu mudo de idéia o tempo todo, e no fim das contas acabei fazendo uma outra combinação de cores bem viva: ficamos no amarelo, vermelho, cinza e azul. E a partir disso eu comecei a fazer os desenhos fofinhos para os quadros que vão decorar as paredes de cada um:


Eba! Vou precisar refazer alguns por causa do fundo, e também não gostei da minha letra em alguns, mas tá valendo o teste. Não ficaram tão bons aos meus olhos (novidade!), mas o Vinícius ficou maluco e adorou tudo. E se o dono do quarto tá aprovando minha gente, tá valendo ;)

Aliás, ele ficou enlouquecido com o desenho do irmão mais velho. Ele andava com uma ponta de ciúme, então decidi transformá-lo no super irmão mais velho protetor. Não imaginava que o novo "cargo" fosse deixar ele tão animado! 

Com um sorrisão, ele me disse: - Mãe, essa foi muito boa!

E se ele tá feliz, meu dever está cumprido. 

segunda-feira, abril 06, 2015

Ch ch ch ch changessss

A vida é uma loucura mesmo. 

Eu tinha começado um projeto novo pra isso aqui há alguns meses, um hobby sabe, pra sair da rotina, e ai veio a notícia: lá estava eu grávida, novamente, sem planejar nada... 
Quando eu recebi a notícia de que estava grávida, me transportei imediatamente para 9 anos atrás, quando descobri a gravidez do Vinícius: eu namorava há poucos meses um garoto bem legal, morava sozinha e era estagiária num escritório de arquitetura (isso mesmo: estagiária). Eu não tinha "um pau para dar num gato", como dizia minha vó, e lá estava eu, grávida e completamente feliz.

Esses dias sai com duas amigas, e uma delas me disse: "nossa, você estava tão feliz quando estava grávida do Vinícius, mas tão feliz, e eu pensei - ela está louca!"

Verdade. Eu fiquei numa felicidade que não cabia em mim. Eu só podia estar louca. A situação era terrível, não poderia ser pior, e lá estava eu: FELIZ. Como assim?
E dessa vez, não foi diferente: a Valentina chegou na minha vida, e eu enlouqueci.
Mas gente, uma pessoa que acabou de entrar num novo negócio, que não tem certeza nenhuma de como vai ser o futuro. Meu Deus que loucura! Como pode?

Todo mundo me pergunta quando me vê: vocês planejaram? Não. 
Mas e vocês estão felizes? Quando eu vou responder essa pergunta, eu juro que fico pensando: como poderíamos não estar? Como um pai e uma mãe podem não ficar felizes com a chegada de um filho? Eu não entendo, porque o Vinícius foi a melhor coisa que me aconteceu. Sério. O menino é demais. Eu não me canso de falar dele. E agora, não paro de falar da Valentina também. 

Aceitar de peito aberto o que nos acontece é uma forma de ver o mundo. 
Daí eu vi que meu mundo mudou. De novo. Que minhas prioridades mudaram. Que meus medos mudaram. Que meus sonhos mudaram. Que eu mudei mais uma vez. 
A vida é uma loucura mesmo. 
E eu tenho sido louca durante todos esses anos. 




Ps.: Tô transformando esse espaço num diário de bordo. Vou contar aqui, um pouquinho da nossa rotina, poupando meus amigos do facebook de tantos posts diários dos meus filhos na timeline.