quarta-feira, agosto 26, 2015

Maternidade dividida

A maternidade é uma benção! Já a "maternidade dividida", é uma prova de fogo.

Ser mãe é escolher.
Primeiro, você escolhe se quer ou não ter filhos.
Depois você escolhe um obstetra. Uma decoração para o quarto. Escolhe um nome. Escolhe roupas.
Escolhe um pediatra.
A criança nasce e você escolhe se dedicar totalmente a ela.

Com um filho só, essa escolha fica mais preguiçosa ao longo do tempo...
Quer colo? Sim. Uma história pra dormir? Sim. Quer dormir na cama dos pais? Sim.
Num piscar de olhos, tudo vira sim: um brinquedo, um passeio, dormir na casa de alguém, assistir um filme junto... Mãe, quero comer uma pipoca, faz? Sim!

E você escolhe ter outro filho.
E escolhe o obstetra. A decoração. O nome. As roupas e o pediatra.
E ai o filho nasce e... não dá mais pra escolher se dedicar integralmente.
E escolher estar com um, no início, significa quase que deixar o outro.

O bebê exige muito, e quando ele não está mamando, você escolhe conversar sobre o que aconteceu na escola do outro, ao invés de descansar.
Quando um pede ajuda pra fazer tarefa, você escolhe ninar freneticamente o outro para poder ajudar.
Quando o bebê quer mamar, você escolhe sentar a mesa com todos para tentar - mesmo assim - fazer a refeição com a família...

E acontecem escolhas novas. E você precisa aprender a dizer a palavra mais difícil de todas: não.
Posso trazer meus amigos pra brincar aqui em casa? (bem naquele dia que o bebê só chora e você nem consegue mais raciocinar) Não.
Você pode me ajudar com os cadarços? Não. Pede pro papai.
E a pergunta muda: mãe, posso fazer uma pipoca?

Pronto. Foram só algumas escolhas. Só alguns nãos.
E você escolhe ver como seu filho cresceu. Como pode ser mais capaz do que você previu.
Como pode fazer as próprias escolhas também.


Ser mãe é fazer escolhas o tempo todo.
Ainda bem que o amor, ah o amor, esse não se escolhe.

























Foto da Juçara Hobold, da Eu que ti Fotografia Infantil


Até
;)